Sofá do Coach

Espaço aberto ao Amor.

8.7.11

As mulheres querem é sexo

Publicada por The Love Coach |

Carta ao Coach:

Ao ler o seu blog apercebo-me de que tem uma visão um pouco diminuída das mulheres. Então nós não podemos gostar simplesmente de mandar umas quecas? De sexo animal sem qualquer outro propósito que não o sexo em si?

Nem todas as mulheres são carentes e frágeis como as pinta.


Resposta do Coach:
Compreendo e aceito profundamente o que disseste em relação às mulheres resolvidas, e sexo animal, e o sexo ser o fim e tudo isso.

Se tiveres paciência tentarei explicar-te um pouco melhor o porquê de ser importante - a meu ver - ganhar consciência do Amor Verdadeiro em detrimento do sexo pelo sexo.


Principio por te dizer que fazer Amor em nada perde para o sexo animal. Podes fazer sexo animal com alguém que amas, com Amor. A diferença é que o farás durante muito mais tempo e com muito mais qualidade. Se és adepta de BSDM podes continuar a sê-lo. Se tens fetiches podes continuar a cumpri-los. Ser Amor não significa pãozinho sem sal, falta de paixão, desejo, loucura, ousadia, firmeza ou violência até se ambos assim o desejarem. Infelizmente hoje em dia há a ideia de que o Amor é "amorzinho" e melzinho e xonhonhézinho e o sexo é que é a cena pura e dura.

Sendo que vivemos a maior parte das nossas vidas presos nas cascas a que nos condicionámos para podermos enfrentar o mundo, o momento do sexo puro e duro é-nos vital. É onde nos libertamos, onde cagamos de alto para tudo e simplesmente nos permitimos ser, no mais cru e visceral que em nós existe, no mais animal, e isso sabe tão bem.

A ideia que temos é que "fazer amor" não envolve esta libertação. Até porque a imagem que nos surge quando se fala de fazer amor envolve sempre carinho, ternura, suavidade, harmonia... e não algemas, chicotes, cordas, puxar de cabelos ou arranhar de costas. Nada podia estar mais errado.

 

É puro preconceito. Mas é um preconceito em jeito de profecia que se auto-realiza. De facto, a maioria das relações amorosas carecem de paixão. Carecem do melhor que há no Amor. A maioria das relações amorosas não são Amor. São amizades, são companheirismo, são comodismo, são resignação... mas não são Amor-Paixão. E não é à luz das relações comuns que eu falo quando falo de Fazer Amor.

Quando digo que sexo não alimenta a substância da alma não me refiro a religião ou a psicologia. Refiro-me ao âmago do teu ser. Posso trocar alma por essência, espírito, pelo inconsciente freudiano, pela fonte da energia orgone do Reich, pelo espelho da sombra de Jung, ou qualquer outro nome.

É um conceito que é mais fácil sentir que compreender. Porque para compreender usamos a cabeça, para sentir usamos o coração. E hoje cada vez sentimos menos e pensamos mais. Dedicamo-nos a racionalizar e encontrar lógica para tudo o que pensamos, fazemos, dizemos e sentimos. E isso destrói essa parte maravilhosa de nós - puramente ilógica e irracional - que são os sentimentos.

E este é então o ponto que aqui é preciso desmistificar. Fazer Amor - na semântica do Coach - em nada, mas mesmo NADA, perde para a ideia de sexo animal que todos temos.

 

A maioria das mulheres hoje em dia está reduzida a orgasmos masculinos. A perca de polaridade já chegou até aqui. Raras são as mulheres que conseguem atingir o orgasmo sem estimulação do clitóris. Na maioria dos casos as mulheres atingem orgasmos puramente clitorianos: há uma estimulação, chegam a um climax e puft. Parou. O clitóris fica hipersensível, ficam cansadas, é preciso parar um pouco.

São poucas as que conhecem os orgasmos anais e os por estimulação do ponto G.

Poucas são as mulheres que hoje em dia conhecem os orgasmos intra-vaginais. Menos ainda as que conhecem os orgasmos contínuos de corpo inteiro, sem perca de energia, que duram tanto quanto se queira. E é aqui que é profundamente necessário o Amor. Para ter orgasmos que evoluem, que não param de crescer em intensidade e prazer, tanto tempo quanto se queira é preciso Amor Verdadeiro.

É preciso cumplicidade, intimidade, coragem, companheirismo, é preciso abrirmo-nos e mostrarmos as nossas fragilidades e os nossos medos, é preciso lidarmos com as fragilidades do outro e os medos do outro, é preciso termos coragem de continuar mesmo quando sentimos o chão sair-nos de baixo dos pés. É preciso tomarmos decisões difíceis, que assustam o nosso ego, e segui-las para levar a relação para o próximo nível.

É preciso muito mais do que normalmente estamos dispostos a dar para sermos profunda e completamente felizes.

Boa sorte :)
The Love Coach

0 comentários:

Enviar um comentário

Subscrever